sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Rio Acre já registra 21 mortes por afogamento em 2009 só na Capital

O Corpo de Bombeiros estadual está bastante preocupado com o alto número de mortes por afogamento no Rio Acre. Contabilizados só em Rio Branco, desde janeiro até ontem, já são 21 ocorrências de óbitos. Em julho e agosto já foram 10 registros, o equivalente a quase 50% do total deste ano. Porém, o maior mistério não fica por conta dos números bem superiores aos de anos anteriores, e sim pelo sumiço dos corpos. Nos últimos 7 casos, os mergulhadores dos Bombeiros não acharam nem sinal das pessoas que desapareceram na água. Para aonde estariam indo os corpos?
Ninguém sabe, nem depois eles são encontrados boiando por aí. E o mais intrigante é o fato de ser “verão”, ou seja, o nível do rio estar bem abaixo da média. De acordo com o major Eudemir Bezerra, do CBM/AC, a situação é realmente anormal, já que os mergulhadores treinados geralmente conseguem encontrar os corpos. “Eu diria que eles têm uma média em 95% de sucesso nas buscas, mas ultimamente os corpos estão simplesmente sumindo, sem deixar vestígios”, completou.
Analisando pelas fases do Rio Acre, quando o nível está mais alto, nos meses de janeiro e fevereiro, houveram, respectivamente, 4 e 3 mortes. Na fase de transição entre a cheia e a descida do rio, em março e abril, não houve nenhum registro. Em maio, foram 4 casos. O mês seguinte também passou em branco, o que poderiam ser indícios de uma redução com a queda de nível. Só que não foi. A paz teve fim em junho e agosto, que trouxeram o ápice de ocorrências, com 5 notificações cada um.
“Mesmo com as queimadas típicas da estiagem, estamos muito preocupados com essa situação. Por isso, também centramos nossos esforços nas ações de contenção ao afogamento. Temos pedido com clamor a ajuda da sociedade para se precaver mais e evitar o Rio Acre em certos dias de maior agitação, só que muitos não têm nos escutado e o resultado acaba sendo este. Entendemos que se trata de uma relação cultural do acrea-no, mas as pessoas precisam valorizar a sua vida e deixar de ir tomar banho, lavar roupa ou fazer outra coisa relacionada com o rio, pois os últimos dois meses têm se mostrado altamente perigosos. Não queremos mais mortes”, alertou o major.
As ocorrências mais comuns no Estado são as de pessoas adultas. Em geral, os afogamentos são enquadrados em mortes acidentais. No Brasil, este tipo é considerado o 2º maior causador de óbitos, perdendo apenas para a “carnificina” no trânsito (estatística que desconsidera as mortes naturais, gerados por doenças).
TIAGO MARTINELLO

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