segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Biojóias: riquezas de árvores da Amazônia


Adornos feitos com cascas de árvores, frutos secos, sementes e outros elementos extraídos da natureza já eram fabricados e utilizados freqüentemente pelas mulheres das comunidades indígenas. Com a atenção do mundo voltada à sustentabilidade, estas jóias ganharam seu espaço até mesmo em mercado europeu, alcançando elevados preços de venda e caracterizando-se como bom negócio. A estes adereços, dá-se o nome de "biojóias", termo utilizado às jóias que têm como diferencial sua matéria-prima.
A semente da árvore jarina (Phytelephas microcarpa), por exemplo, é conhecida como marfim vegetal devido a sua dureza e cor branca. Excelente material para a fabricação de biojóias, recentemente ela se tornou uma alternativa eticamente correta para o marfim. Além dela, outros materiais freqüentemente utilizados são o buriti, a semente de açaí e a casca de côco.
A artesã Maria Narazé de Souza trabalha com a confecção e venda de biojóias há quase três anos. Ela afirma que começou com o negócio apenas para complementar a renda familiar e que hoje vive exclusivamente de seu artesanato. "Eu não sabia que ia dar tão certo assim, porque eu pensei que só a gente daqui usava. Mas eu sempre vendo peças para pessoas de Sul do país que vem ao Acre para visitar. Uma dessas compradoras, inclusive, disse que ia dar de presente uma das minhas biojóias para uma amiga que mora na Alemanha", diz.
Se para os artesãos isto se caracteriza como satisfatória fonte de renda, para muitos usuários, estes adornos carregam também um pouco da identidade cultural da região. O estudante Hildemar Lima usa as biojóias porque elas simbolizam, entre outras coisas, o modo de vida sustentável. "Para mim, estas jóias têm a cara da natureza. Eu gosto muito de usá-las, porque é a forma de demonstrar a riqueza da Amazônia e importância em preservá-la".
Lucro Sustentável
Manter a floresta de pé e ainda assim conseguir lucro: isto parecia inviável há alguns anos no estado, mas hoje é uma realidadee. O turismo ecológico é uma prática relativamente recente, mas que vem ganhando força e arrebatando turistas do mundo inteiro.
Um destes exemplos é a criação da Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira, no município de Xapuri. Lá, os visitantes têm acesso às tradições da floresta, contato com um incontável número de árvores e animais de diversas espécies e as memórias do modo de vida dos seringais, raiz do desenvolvimento sustentável que resgata a herança de Chico Mendes.
"Sem dúvidas que o Cachoeira resgata e transmite o ar de um seringal. Lá é bonito, confortável, agradável, comida boa, bom atendimento e as trilhas são bem bacanas. E acho que é uma alternativa para turismo bacana, porque o retorno é para a comunidade", conta a fotógrafa Talita Oliveira.
Através do desenvolvimento sustentável e práticas, como o turismo ecológico, é possível garantir o desenvolvimento econômico, conciliado à preservação ambiental.
Políticas Públicas

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