sábado, 5 de setembro de 2009

Brasil desafia Argentina por penúltima etapa da 'era Dunga'



Em pouco mais de três anos, Dunga superou a desconfiança, as críticas e sua inexperiência como treinador. Agora, está prestes a cumprir o penúltimo objetivo de sua trajetória à frente da seleção brasileira: selar a classificação à Copa do Mundo. Para isso, porém, tem um obstáculo duro a partir das 21h30 deste sábado. Precisa bater a Argentina no alçapão do Gigante de Arroyito, em Rosario, além de torcer por uma derrota do Equador.
Se tal combinação acontecer, Dunga conquistará seu terceiro objetivo dirigindo o time principal. Já faturou a Copa América e a Copa das Confederações. Mais que isso, recuperou a autoestima de uma seleção que voltou do último Mundial fracassada e contestada. E que agora percorre o caminho para mais uma edição da Copa respaldada pelos resultados.O treinador já avisou que não tem a pretensão de permanecer na função para o próximo ciclo, visando o Mundial no Brasil, em 2014. Concentra todos seus esforços no grupo que formou em três anos e que já respira a Copa da África do Sul, a grande ambição. "Temos que respeitar a Argentina e fazer o nosso trabalho. Nosso objetivo é buscar a classificação para a Copa o quanto antes", resumiu o capitão Lúcio.Uma vitória sobre os hermanos e uma derrota do Equador para a Colômbia asseguram o
Brasil entre os quatro primeiros das eliminatórias com três rodadas de antecedência. Seria a classificação mais tranquila da seleção no atual formato de disputa, adotado após a Copa de 1994.Do outro lado, porém, está o desespero da Argentina. O arquirrival está na quarta posição e fica em situação mais dramática se tropeçar. Experiente como jogador, Maradona levou a partida para Rosario justamente para contar com a pressão da torcida. Sabe que o confronto deste sábado é fundamental.Segundo o herói argentino, esse será seu compromisso mais importante à frente do time nacional. "Sem dúvida que é. O Brasil tem uma equipe muito forte, mas nós podemos ganhar", prega o comandante argentino, cercado da mesma desconfiança que já pairou sobre Dunga.
O cenário de cada seleção já é suficiente para transformar o clássico deste sábado em um duelo especial. Mas ainda há a tensão que alimenta uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Os brasileiros estão preparados para provocações e toda forma de pressão."Tudo é válido dentro de campo. A Argentina catimba bastante e já conhecemos isso, mas também podemos usar nossas armas.
A amizade com alguns jogadores existe fora de campo, mas dentro é cada um por si. Posso estar jogando contra meu irmão que vou querer vencer", avisou Felipe Melo.O Brasil aposta principalmente na iniciativa dos argentinos para ter espaços no ataque. O time de Dunga é o segundo melhor visitante das eliminatórias, com 57% de aproveitamento. "Quando o adversário joga de igual para igual facilita o jogo para nós", completou Júlio César.


Alexandre SinatoEm Rosario (Argentina)

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