terça-feira, 18 de agosto de 2009


PF faz nove prisões e várias apreensões durante a “Operação Central”
Por EZÍ MELO
18 de agosto de 2009
Em entrevista coletiva, superintendente e dois delegados da Polícia Federal apresentaram o resultado da operação realizada a partir da madrugada desta terça-feira (18)

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (10), nove acusados de integrar uma quadrilha interestadual de tráfico de drogas, com sede em Rio Branco e ramificações em municípios acreanos e rondonienses. Foram oito prisões no Acre (uma em Plácido de Castro, outra em Brasiléia e seis em Rio Branco) e uma em Guajará-Mirim (RO). Além das prisões, foram apreendidos vários veículos (carros e moto), dinheiro, computadores e outros bens.

A “Operação Central” iniciou na madrugada e recebeu esta denominação, segundo a PF, devido ao Estacionamento Central, na avenida Epaminôndas Jácome, no centro de Rio Branco, que funcionaria como sede e depósito da quadrilha . Os detalhes da ação foram repassados à imprensa, em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira, pelo superintendente da Polícia Federal no Acre, José Carlos Calazane, e os delegados Wagner Menezes (Delegacia de Repressão a Entorpecentes – DRE) e Mário Fanton (Delegacia de Combate ao Crime Organizado).

De acordo com os delegados, a quadrilha vinha sendo investigada há cerca de seis meses, desde a apreensão de 50 quilos de cocaína. Em 10 de março, o traficante identificado apenas como Sandro, 29, furou um bloqueio policial, caiu com o carro em um açude e fugiu. No veículo, foram encontrados 50 quilos de cocaína e uma pistola Glock. Sandro, que foi preso no dia seguinte, faria parte da quadrilha.

Os delegados da PF afirmaram que nos últimos seis meses a quadrilha movimentou cerca de 150 quilos de cocaína. A droga, adquirida na fronteira, era distribuída para o Acre e Rondônia e até para o Nordeste. “Por questão de instantes não apreendemos um carregamento de 82 quilos. Quando chegamos ao local onde a droga estava, já haviam retirado”, disse Wagner Menezes.

Com base nas investigações, a PF obteve 21 mandados judiciais para serem cumpridos no Acre e Rondônia, sendo 11 de prisão e 10 de busca e apreensão. Dos 11 mandados de prisão, nove foram cumpridos, outros dois acusados estão foragidos. O superintendente da PF disse que um dos foragidos deve ser preso nas próximas horas e que os acusados serão autuados pelos crimes de tráfico de entorpecente, associação para o narcotráfico e tráfico interestadual, o que pode render até 15 anos de prisão.

Segundo o titular da DRE da PF, o traficante identificado como Nitemar, preso em Rio Branco, seria o líder da quadrilha, que tinha funções muito bem definidas. Na casa dele, a PF apreendeu dois veículos, um computador e R$ 22 mil em dinheiro, além de outros bens. Já o proprietário do Estacionamento Central, identificado como M.N.M.A., de acordo com a Polícia Federal, era responsável pelo transporte o dinheiro até a fronteira e, às vezes, também de entorpecentes da fronteira para Rio Branco.

Apesar das investigações e da grandeza da “Operação Central”, que teria envolvido cerca de 60 policiais federais, nenhuma droga foi apreendida. O delegado de combate ao crime organizado, Mário Fanton, disse que o objetivo principal da operação não foi apreender drogas, mas desmantelar a quadrilha e apreender os bens adquiridos com o tráfico de entorpecente, que, a partir da decisão da Justiça, poderão ser utilizados no combate ao crime organizado.

Familiares e advogada contestam

Familiares do proprietário do Estacionamento Central, que pediram para não serem identificados, e a advogada Maria da Conceição Castelo Branco, disseram que ele não fazia parte de nenhuma quadrilha. Segundo a advogada, a prisão de seu cliente aconteceu porque o traficante Sandro, preso em março, trabalhou na empresa (Estacionamento). “Ele é um pai de família e o pouco que tem, conseguiu com trabalho”, frisou a advogada.

O filho de M.N.M.A., um rapaz de 19 anos, afirmou que era ele quem administrava o Estacionamento e que nunca funcionou como sede de negociações para narcotráfico. Ele acrescentou que seu pai estava comprando uísque, energético e desodorante na Bolívia e revendendo em Rio Branco. “A gente sabe que é errado, mas era o que o meu pai estava fazendo para sustentar a família. Se ele fosse traficante, não viveria aperreado como vive. Inclusive a moto que apreenderam é minha, comprada com o meu trabalho no estacionamento”, frisou.

Sobre o relacionamento de M.N.M.A. com Sandro e Nitemar, o rapaz afirmou que Sandro trabalhou na empresa (Estacionamento) e Nitemar comprava uísque de seu pai. “A gente trabalhava direto no Estacionamento, eu, minha mãe, e se houvesse tráfico de drogas a gente saberia, mas não havia isso não”, concluiu.

FONTE; NOTICIAS DA HORA

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