“Tenho gravações de vítimas de pedofilia”, afirma jornalista
Pitter Lucena disse que está disposto a depor na CPI e apresentar pistas que podem revelar vários casos de pedofilia no Acre



Francisco Maia, Pitter Lucena, Josemar Portes e juíza Maria Tapajós, durante depoimento na CPMI, em 2004 (Foto: Cedida)

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O jornalista Pitter Lucena revelou à reportagem de Agazeta.net, na tarde desta sexta-feira, 14, que tem gravações de menores que foram vítimas de exploração e abuso sexual por parte de um empresário. Ele disse que está disposto a depor na CPI da Pedofilia e apresentar pistas para que várias pessoas sejam investigadas no Acre.
Pitter Lucena, que investigou e denunciou vários casos de pedofilia no Acre, disse que conversou com pelo menos nove menores, que hoje são maiores de idade e que podem contribuir com a CPI. Segundo o jornalista, durante as conversas elas revelaram vários nomes de empresários e outras pessoas influentes, que praticavam o crime de pedofilia.

"Tenho gravações com meninas que foram exploradas sexualmente por um empresário em 2004. Elas revelam detalhes de como tudo acontecia. Seria interessante se a CPI convocasse essas garotas. Em conversa com pelo menos nove meninas, elas revelaram nomes de outras pessoas. Muitos desses nomes já foram, inclusive, denunciados e a Justiça sabe quem são", destacou.

De acordo com o jornalista, existem muitas denúncias no Juizado da Infância e da Juventude que ainda não foram investigadas. Para ele, essas informações podem colaborar muito com os trabalhos da CPI, pois muitos nomes já foram revelados, mas as investigações não prosseguiram.

Pitter adiantou que, caso seja convocado para depor na CPI, vai apresentar várias pistas para que sejam feitas investigações. "Na CPI vou apresentar provas, mas sim apontar direções que podem revelar o envolvimento de várias pessoas em casos de pedofilia", garantiu.

Para o jornalista, a CPI deve solicitar os depoimentos prestados por ele, pelo promotor Francisco Maia, o delegado Josemar Moreira Portes e a juíza Maria Tapajós, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), em 2004. "Muita coisa foi dita e que pode colaborar com o trabalho da Comissão", concluiu.

Antônio Manoel deve ser ouvido pela CPI

Pitter Lucena defende ainda a convocação de Antônio Manoel para depor na CPI. Segundo ele, muita coisa ainda pode ser esclarecida, pois muitos nomes ainda podem ser revelados. Um deles seria o do comparsa do poeta que teve, inclusive, o computador apreendido pela Polícia Federal na época.

"O Antônio Manoel não agia sozinho. Lembro que ele revelou apenas um nome. Mas existem outras pessoas envolvidas e que estão impunes até hoje. Os computadores do poeta e de seu comparsa foram apreendidos pela Polícia Federal. Acredito que se oferecem algum benefício, o Antônio Manoel revelaria muita coisa", frisou.

Para Pitter Lucena, não existe uma rede de pedofilia no Acre. Ele explica que os pedófilos agem isoladamente e não se combinam, nem se organizam, mas atuam com frequência e facilidade nos bairros periféricos e no interior do Estado.

"O Acre é um celeiro de pedófilos. No interior a situação é muito complicada. Lembro que no Quinari existia um agenciador que levava meninas de Rio Branco e Senador Guiomard para a Bolívia com toda facilidade. A CPI precisa combater essa prática que ainda continua nos dias de hoje", desabafou.

Confira aqui um artigo escrito pelo jornalista Pitter Lucena sobre os crimes de pedofilia no Acre.

fonte: agazeta.net